sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Eu Consegui!!


Faz nove meses que meu pingo de gente nasceu, e só agora me dei conta de como o tempo voa. Parece que foi ontem que fui pegar meu marido após o jogo do CRB, e fomos pra casa com a programação feita, comer aquela pizza, ver aqueles filminhos, dar aquela namorada, e... OPA...AII...UIII, calma não é nada disso que vocês estão imaginando..AIII..UII de novo, SÃO ELAS, AMOR! Passei minha gestação toda com medo de não saber reconhecer as BENDITAS contrações, mas não é que as mamães tinham razão quando diziam que na hora saberíamos reconhecê-las. Pra falar a verdade eu preferia morrer sem conhecer essas danadas. MÃÃÃNHÊÊÊ VAI NASCER! Só bastou isso pra minha mãe entrar em desespero, parecia até que ela era o pai, falando nele, ele continuou na cama deitado, comendo pipoca, e vendo outro filme como se não estivesse acontecendo nada, enquanto isso minha mãe continuava seu desespero.
Chegando à Unimed, fui fazer o querido exame de toque, ÓH CÉUS! A doutora disse que eu estava com 3 cm de dilatação e perguntou assim: Pronta para o parto NORMAL? Eu obviamente respondi que sim, afinal de contas eu sou forte demais, e se eu tinha sobrevivido ao toque, o que custaria aguentar o meu tão sonhado filho?
Ligando pra minha tia Waniza (minha obstetra) descubro que ela estava num show na Barra de São Miguel, provavelmente tomando uns gorós (que ela não leia isso), e iria demorar um pouco pra chegar, fui encaminhada para uma salinha cheia de pacientes enquanto preparavam meu quarto.
Pra começar, a senhora que estava na maca na minha frente parecia que estava incorporando o “PRETO VÉIO”, eu não sabia o que era pior, a dor ou o medo. Chega uma enfermeira simpática pra me tirar dali, simpática demais pra quem nunca havia me visto na vida, enquanto me tirava daquela salinha me explicava que o quarto especial para parto normal já estava O-C-U-P-A-D-O. Lá vamos nós pra um quarto normal esperar minha tia chegar pra fazer os exames. Querem um conselho? NUNCA SUBESTIMEM A DOR DO PARTO! Bendito seja quem fechou a janela do meu quarto, a vontade que dava era só de me jogar dali, nada me irritava mais do que as pessoas tentando me acalmar, VAI PASSAR, VAI PASSAR. Engoli seco, afinal de contas eu sou forte, e tenho palavra, vou parir NORMAL. Eu nunca me arrependi tanto de ser uma mulher de palavra, pelo menos naquela hora. Agora vai, já na sala do parto, acreditando piamente que estava MORRENDO,levando bronca atrás de bronca pelos gritos, eis que a famosa BOLSA se rompe, e no meio daquele aguaceiro, já quebrando o braço do meu marido de tanta força, (sim, ele estava lá, não ficou em casa vendo filme) ouvi aquela tão desejada frase: Ta nascendoooo! PLUFT. Buáááááááaá, aquilo era música pros meus ouvidos, a dor foi embora com a placenta, e no lugar dela nasceu a maior emoção da minha VIDA, o maior ORGULHO de ter conseguido cumprir os desígnios de DEUS!  
A propósito, a moça que estava ocupando o quarto para parto normal, não aguentou a dor e fez cesárea, D-E-S-G-R-A-Ç-A-D-A. E eu saí do hospital com uma fama de E.T, por onde passava ouvia os sussurros; “Olha lá a menina que teve parto NORMAL”, ou seria ANORMAL?